quarta-feira, 17 de abril de 2013

O Extermínio dos Lagos e Lagoas de Ipiaú I - Lagoa da Barroquinha


                              Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada          nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. 
Declaração Universal dos Direitos da Água

Quem vê hoje a Praça do Cinquentenário, cheia de barracas e ocupada por todos os lados, pouco se lembra ou nada sabe, que alí, naquele lugar, um dia existiu uma lagoa. A Lagoa da Barroquinha.

A Lagoa da Barroquinha era cercada de taboa, taioba, baronesa e outras plantas que ajudavam a manter a água limpa, apesar do lixo que já era jogado no local, por moradores próximos e pelos frequentadores do local..

Próximo a essa lagoa, existia um campo de areia onde se jogava futebol, gude e outras brincadeiras de criança. Era também nesse lugar que se montava o Parque Ouro Verde, chamado na época de "princesinha de ouro", pois era o maior ponto de encontro e lazer da população.

Com o aumento da clientela do Parque, também aumentou o desejo de se eliminar a Lagoa do local. Assim, foi iniciada um silencioso aterramento pelo Dono do Parque na época, com o consentimento da Administração Pública e a omissão da população.

Por volta do ano de 1965, a Lagoa da Barroquinha foi aterrada com entulho de construção, por iniciativa de "Sêo Angelo", que havia se tornado dono do Parque Ouro Verde.

Vale salientar que desde 1934, já existiam leis que garantiam a proteção das águas, a exemplo do Código das Águas, que dispunha que:
Art. 109. A ninguém é lícito conspurcar ou contaminar as águas que não consome, com prejuízo de terceiros.

A partir do aterramento da lagoa, que deixou de existir, foi exterminada, o local passou a ser conhecido como Praça da Barroquinha, porque era um grande buraco que nos dias de chuva se transformava numa grande lagoa.

Em 1983, durante o cinquentenário de Ipiaú, (50 anos de emancipação política), o prefeito da época Hildebrando Nunes Rezende, mobilizou o comércio local e construiu o que veio a se chamar Praça do Cinquentenário. 

Hoje, em lugar de uma Lagoa que poderia nos ajudar nas horas em que o dia está muito quente, servir de atração turística e embelezar a nossa cidade. Temos apenas uma praça que em dias de chuva sofre com os alagamentos e que enfrenta graves problemas.


É a água querendo voltar pro seu lugar.

Pesquisa e Texto: Emídio Neto.
Fonte: Sr. Arnaldo (Café do Arnaldo)

Um comentário:

  1. Não deixa de ser, ainda hoje, uma paisagem muito bonita. Apesar das mudanças ambientais mencionadas.
    Que pena que,nem todas as pessoas tem consciência de que preservando o ambiente, também preservamos a identidade, a história do lugar.

    São Félix do Coribe-BA

    Iranilza Maria cerqueira

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