Patrimônio Ambiental

Patrimônio Ambiental - Conceitos 

O conceito de patrimônio tem evoluído e nas últimas décadas se converteu na ‘estrela’ dos discursos teóricos sobre os bens culturais. Desde o fetichismo formalista à socialização do desfrute dos elementos patrimoniais, há uma distância, conceitualmente falando, que tem passado pela democratização do patrimônio cultural.

Esta reflexão entende o patrimônio ambiental, como o acúmulo de bens relacionados ao meio ambiente natural de um povo, que lhe dota valor, no caso em estudo sendo tombado por meio de parques. Não raro patrimônio ambiental de uma localidade lhe dá de cor local suficiente para atrair visitantes: é quando esse patrimônio passa a ter interesse turístico.

Ana Solange Biesek1
Poliana Fabíula Cardozo2
1 Doutoranda em Geografia (UFPR); Docente do Curso de Turismo da Faculdade Dinâmica das Cataratas – UDC.
ana.biesek@udc.edu.br.
2 Bacharel e Mestre em Turismo (UNIOESTE/UCS); Doutora em Geografia (UFPR/Uni‐Mainz – bolsista sanduíche Capes Pdee); 

Docente e Pesquisadora do curso de Turismo (UNICENTRO). polianacardozo@yahoo.com.br.
Baseado na compreensão pessoal de patrimônio ambiental e na descrita acima pelas autoras, destacamos alguns Patrimônios Ambientais de Ipiaú:



O RIO DAS CONTAS

O Rio das Contas, chamado de Jussiape pelos índios Pataxós. Nasce na Serra da Tromba, no município de Piatã, região da Chapada  Diamantina. É um dos maiores rios em extensão de curso, com aproximadamente 620 Km, banhando os municípios de  Piatã ( nascente ), Abaíra, Jussiape, Tanhaçu, Ituaçu, Maracás, Mirante, Jequié, Jitaúna, Aiquara, Itagiba, Ipiaú, Barra do Rocha, Gongogi, Ubatã, Maraú, Ubaitaba, Ibirapitanga, Aurelino Leal e Itacaré ( foz ) no litoral sul.

O Rio das Contas sempre teve grande influencia na vida da população de Ipiaú, desde o fornecimento de água para consumo humano e dessedentação animal até a oferta de lazer e espaço para a prática desportiva chegando a fonte de alimentação e geração de emprego.
Foto do local onde começa a formar a calha do Rio das Contas, no gerais da serra da Tromba. (Foto: Emídio Neto/Arquivo PAPAMEL 1998)

É nele, onde se concentrava o maior contigente de Areeiros, Pescadores e Aguadeiros.

Atualmente essas atvidades estão praticamente extintas devido a falta de políticas públicas que protejam esses trabalhadores.

O Rio das Contas é fruto da contribuição de dezenas de riachos, córregos, ribeirões e rios perenes ou temporários, que ao longo do seu percurso, da Chapada Diamantina, onde nasce na Serra da Tromba, no município de Piatã até desembocar no Oceano Atlantico, no litoral sul, no município de Itacaré, o transforma na calha principal da Bacia Hidrográfica do Rio das Contas e o transforma no maior rio inteiramente estadual.

 Foto do local onde o Rio das Contas deságua, no município de Itacaré. (Foto: Emídio Neto/Arquivo PAPAMEL 2006)

O Rio das Contas é um Patrimonio Ambiental que tem todo o seu Vale protegido pela Constituição do Estado da Bahia.

Mas o rio que tantas alegrias já deu e continua dando para a população de Ipiaú, também já causou muito estrago e perdas irreparáveis, devido a suas cheias  incontroláveis, a exemplo da enchente de 1914, 1964 e a última grande cheia de 1984.

Atualmente o Rio das Contas é mais um dos que sofrem a ameaça de extinção em decorrencia do modelo de desenvolvimento insustentável que ainda se pratica.

O RIO ÁGUA BRANCA

O Rio Água Branca nasce na Serrinha, região do Distrito de Algodão, município de Ibirataia, limitando-se com o município de Gandú. Possui como principais tributários o Riacho Cajazeiras, que nasce na região da Pedra Chata, Ribeirão Penedo que nasce na região do Penedo e o Rio Cachoeirinha. Corta o município de Ipiaú e deságua no Rio das Contas, nas imediações do Parque de Exposições.

Esse patrimônio ambiental está presente na história de Ipiaú e de sua gente.

Principal responsável pelo abastecimento de água para as casas das famílias ricas, através dos Aguadeiros como o Sr. Gerônimo, popular "Rolete", também oferecia alimento e lazer, a exemplo dos banhos de lua que as moças desfrutavam nas noites de lua cheia.

Na década de 70, quando ainda funcionava nas suas proximidades o Laticínio Rio Novo, as lavadeiras e as donas de casa, ou iam muito cedo buscar água e lavar suas roupas, ou esperavam para fazer isso após o horário da descarga do Laticínio que lançava seus efluentes diretamente no Rio Água Branca.

Depois do advento da água encanada o Rio Água Branca foi sendo abandonado e passou a ser utilizado como receptor de esgotos de residencias e empresas.

Atualmente o Rio Água Branca agoniza feito uma Mãe esquecida em seu leito, já que sofre com a ocupação irreponsável das suas margens, com o lançamento de esgotos e o aterramento desenfreado das suas várzeas.

Texto: Emídio Souza Barreto Neto

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